Tuesday, September 27, 2005

A hora do cético

Pode ser que, no fundo, eu acredite e esteja querendo apenas expressar uma coisa de momento.
Ou não. Vai que não acredito mesmo.
Parei de sonhar. Não o sonho do desejo, da vontade, da garra; não, esse existe sempre, é firme.
Parei com as hiper-mega-super utopias, com o sonhar acordado, com o sonhar de passado...
Não acredito mais que o PT vai mudar o Brasil, não acredito mais que algum partido político possa mudar o Brasil sozinho – essa mudança passa por cada um – não acredito que a violência, a criminalidade, o tráfico e as mortes por armas de fogo vão diminuir assim, puf, do nada.
Não acredito que a faculdade seja um lugar perfeito, sem problemas; e nem que seja ruim, que não tenha aula.
Não acredito mais naquela coisa de achar a pessoa e viver um compromisso, um sentimento enorme. Não acredito que compromisso seja pré-requisito em alguma coisa, nem que seja tão necessário quanto pensei que fosse.
Não acredito que não possa conseguir as coisas. Não acredito que não vale a pena acreditar no sonho que se tem. Não acredito que nunca vou ser alguém. Não acredito que não haja vida após a morte. Não acredito no sonho de mudar o passado, de ficar pensando alternativas, de como as coisas foram, deveriam ou poderiam ter sido, de como eu poderia ter agido diferente, de como errei aqui e ali, e sonhar com aquilo que nunca aconteceu nem vai acontecer.
Não acredito mais em pistas e indícios em relação a pessoas – mesmo porque, essas pistas estão sempre sujeitas à “nefasta” ação da mente humana, e já me dei bastante mal por causa disso.
Não acredito mais que planejar e pensar demais as coisas as torne mais fáceis de viver e de compreender. Não mais acredito que falar tudo o que vem a mente é o melhor caminho, que jogar limpo 100% das vezes é o mais correto. Não é.
Não acredito mais que as coisas precisam ser certinhas, perfeitinhas, redondas demais. A vida não é televisão. As coisas são tortas, tronchas e aos trancos e barrancos, sim. Não acredito também que não possa mudá-las; mas não acredito mais que precise mudá-las.
Não acredito que falar tudo a todo mundo que entra no MSN e tem mais intimidade é certo.
Não acredito que fazer drama demais torne as coisas mais fáceis...nem que seja muito bom.
Não acredito e também prefiro não acreditar, porque vem tornando as coisas mais e mais difíceis.
É como já dizia alguém em seu blog (tá nos links, se você quiser procurar): parei de sonhar.

P.S.: Leia o texto aí de baixo. É novo, também...publiquei no mesmo dia desse aí de cima! :)

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