O professor e o chaveiro
Uma manhã qualquer, segundo semestre do ano de 1998.
Lá estou eu, sentado numa carteira na primeira fila, na sala de aula, vestindo uniforme, com letras bem grandes estampadas na camiseta: COLÉGIO TERESIANO.
É uma das minhas aulas preferidas –Geografia. O assunto também ajuda: o professor está falando sobre cultura norte-americana, sua influência em outras culturas, e coisas assim.
O discurso dele é pseudo-inflamado:
“Porque a cultura norte-americana está presente em todos os lugares. O cinema é predominantemente norte-americano, e exatamente por esse motivo, eles não aceitam que em seu país sejam exibidos filmes legendados. Lá tudo é dublado, ao contrário daqui, onde damos preferência às legendas. É uma questão de cultura mesmo. Só um exemplo de como a cultura norte-americana está espalhada pelo mundo...”
Meus olhos, cansados de observar o rosto do professor, repousam sobre seu chaveiro prateado, que está pendurado para fora do bolso da calça.
Hum. Chaveiro prateado. Hã? O que é isso?
Estava gravado no chaveiro, em letras garrafais: PHANTOM OF THE OPERA.
Não pude deixar de rir. E sapequei a pergunta:
“Professor, que chaveiro é esse, hein?”
“Ahn...esse aqui?” disse, um pouco sem graça. “Ah...esse eu comprei em Miami, quando eu fui lá.”
É, professor. Foi um ótimo exemplo para ilustrar a aula...
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