Antigamente ele não existia.
Em seu lugar, não sei o que ficava exatamente...mas acho que era um tapume de madeira. Isso, antes mesmo de existir um banco naquele local.
No tempo que ele não existia - e poxa, nem faz tanto tempo assim - tudo era tão diferente. As ideias eram tão diferentes. A angústia do dia passado parecia mais real, e a ansiedade pelo dia seguinte, maior. De certa forma, as preocupações seguiam pelo mesmo caminho.
Talvez as coisas fossem mais surpreendentes, menos estáveis, como o ônibus que surgia de repente na curva. Pudera: aquele era um tempo de construir, mas sem muita noção do que. Era um tempo de plantar sem saber o que seria colhido...poético isso.
No tempo em que aquele vidro não existia, tudo era muito diferente. Ou será que era menos igual?
Não sei. Mas o fato é que o momento da chegada do ônibus era mais imprevisível. Ou será que era o horário que variava sempre?
Também não sei. Mas fato é que, em algum momento, surgiu o vidro, foi-se o tapume. E o horário passou a ser mais ou menos o mesmo. E a espera do ônibus mudou...ganhou uma ajuda, um apoio. Agora já dá pra ver quando ele surge na curva, lá adiante, e a expectativa aumenta...
Será que um dia olharei para trás e direi o mesmo de hoje?
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