Monday, March 10, 2008

A chuva e o aeroporto

Há algumas coisas que me fascinam sem muita explicação. Chuva e aeroporto são duas delas.
Não sei o que tem demais em um lugar de onde aviões chegam e decolam. Não sei qual é o fascínio capaz de despertar em uma pessoa uma simples torre de controle, como existem aos montes pelo mundo. E os aviões decolando? Voando (quase) livres pelo céu, aqueles pássaros gigantes de metal, devorando quilômetros em questão de segundos...toda aquela estrutura interna...o cheiro de viagem...a imagem das nuvens, belas tanto de fora quanto de dentro.
Você já viu uma nuvem "por dentro"? Eu já, me lembro bem. Parecia envolto por um raio luminoso. Um belo espetáculo.
Ou não sei o que pode fascinar um ser humano naquela megaestrutura de aeroporto, gente chegando e saindo, malas, transportes, abraços, despedidas, reencontros e tudo mais.
O internacional do Galeão (vulgo Tom Jobim) tem algo de especial. Diria eu que fica num lugar classificado como "meio do nada", em uma área que não sei direito onde fica nem onde vai dar, algo que parece não ter fim. Ouso arriscar que fica perto do céu, de tão longe de qualquer coisa. Deve ser por isso que virou aeroporto, vai saber.
E olhar assim, para a torre de controle, me fascina muito. Ainda mais num dia chuvoso como hoje, em que o barulho da água batendo no telhado se mistura à visão turva das gotas escorrendo pelo vidro, em meio ao céu plúmbeo-cinzento, e a torre ao fundo, sempre imponente.
Quando era pequeno eu me perguntava como se subia à torre, aquele lugar tão alto. Talvez tenha me perguntado se os caras por acaso chegavam lá de avião. E ficava imaginando como era aquilo por dentro. Cheguei a desenhar uma escada, certa vez:

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Coisa de criança. O tempo passou, cresci, mas o fascínio por aeroportos, aviões, torres de controle e chuva não mudou.
Hoje, quando olho para esse cenário, o sentimento é diferente, meio misturado com tristeza, meio bucólico, meio melancólico. Mas esse é assunto pra outro post...

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