Como toda história, era uma vez um reino. Esse se chamava Orienaj Edoir. Era um lugar que existiu há muito tempo atrás, mas não tanto tempo assim. Ficava num lugar muito, muito longe daqui, mas não tão longe assim.
Costumava ser um reino bonito, cheio de felicidade. Havia, em determinada parte do ano, a época de festas. Nessas festas, compareciam todos, do mais pobre ao mais rico. Todos dançavam, comiam, bebiam e festejavam o dia inteiro e a noite inteira. A principal brincadeira da festa era ir com outra roupa, quem sabe, que escondesse o rosto, e ver quem reconhecia quem. As pessoas aproveitavam para se conhecer, namorar e se divertir; muitos casamentos da sociedade de Orienaj Edoir começaram durante essas festas.
Outra atração de Orienaj eram os banhos de lagoa. Várias, e de vários tipos, as lagoas atraíam todo o tipo de pessoa. Eram a principal atração fora da época das festas: o local onde as pessoas se divertiam, se encontravam, conversavam umas com as outras e descansavam dos problemas da vida.
Fora as lagoas, outra coisa que chamava a atenção dos habitantes de Orienaj eram as Asacsorib. Umas mais desenvolvidas, outras menos, eram uma forma de passar o tempo e de sair de casa. Também se tornaram pontos de encontro, e empataram com as lagoas em termos de socialização da população do reino.
Os habitantes de Orienaj também gostavam muito de esportes. Em especial as brigas de gladiadores, que geralmente aconteciam num coliseu, uma vez ou duas por semana. Era um duelo difícil e muito disputado. O coliseu ficava dividido em duas partes; os gladiadores disputavam uma briga difícil, onde a velocidade e a força faziam a diferença. Armas não podiam ser usadas, apenas uma espécie de boleadeira (uma arma formada por uma bola e uma corrente) sem corrente. Vencia o grupo que conseguisse acertar mais vezes a boleadeira num espaço reservado, no campo do adversário. A torcida gritava e cantava o tempo todo, formando um belo espetáculo.
Mas eis que Orienaj Edoir entrou em decadência. Em parte porque muitas pessoas foram morar lá, e os reis não criaram uma estrutura para absorver essas pessoas; na verdade, não fizeram nada. Também porque os reis queriam apenas o bem-estar imediato da população, sem se preocupar com seu futuro.
E eis que a rebeldia tomou conta do reino, que aos poucos, nunca mais foi o mesmo. Os reis, cada vez mais omissos, não queriam saber do bem-estar da população; surgiram então vários rebeldes, que iam fazendo pequenas revoluções, dominando espaços aqui e ali.
Orienaj declinou totalmente com isso; ninguém mais queria visitá-la, ninguém mais queria morar lá, embora fosse um lugar bem bonito. Acabou anexada por um reino vizinho, que acabou com os rebeldes aos poucos.
Mas será que essa foi a melhor solução para Orienaj Edoir? Será que precisava ser anexada para resolver o problema?
Será que Orienaj Edoir está tão longe assim?
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