Depois de tanto pensar, e refletir sobre coisas estranhas como gotas de água da chuva no chão do metrô, resolvi ouvir a música que diz De onde vem a calma / Daquele cara... e seguí-la à risca.
Calma. Tudo passa, mesmo. Não adianta você empurrar as pessoas na saída do metrô. Às vezes é necessário esperar pelo próximo. A espera acalma, faz refletir sobre coisas engraçadas, e gera bons textos que vão pro blog depois. Faz parte.
Vamos lá. Começando pela saída do metrô. Devagar, sem pressa, sem correria, seguindo o fluxo, como se não tivesse hora. Bom, mesmo porque, não tenho.
Guarda-chuva ainda em punho, olho meio apertado, capa de chuva aberta no peito, calça jeans e camisa verde. Ei, esse aí sou eu. Infelizmente, continuo pensando. Sei que não devia. Quem sabe um dia eu aprendo e deixo isso pra lá, e passo a pensar mais quando devia e menos quando não precisa.
Porque afinal, sempre que penso...bom, quem leu o texto anterior sabe.
Pior que, escrever sobre isso tá me fazendo pensar, também. E sempre que penso...hehe.
Tem problema não. Quem disse que a gente precisa se achar o tempo todo, e que ficar perdido de vez em quando não é bom?
De vez em quando.
Voltamos à nossa programação normal...
E lá vou eu. Sabe que nunca peguei escada rolante com calma? Tava sempre correndo, querendo ultrapassar todo mundo, entrar logo no trem, pegar logo o próximo, ser o primeiro na porta.
Dessa vez, vou com calma, mesmo. Vamos ver de qual jeito é melhor.
Lá em cima, ouço o apito do trem, e acabo de perceber que ele é o próximo. Olha só. O próximo trem está parado na plataforma, porta aberta, esperando entrar. Só que ele tem um tempo curto, e logo tá apitando de novo, e partindo. E se não correr, não pega.
E daí? O próximo não é o último...como aliás eu sei desde pequeno. Só que é tão mais fácil não ver.
Ao chegar no topo da escada, o próximo trem (já ia escrever “último”, vejam vocês) ainda está lá. Mas não tenho pressa, nem vou correr. Não tô com vontade, pronto.
Passam por mim pessoas desesperadas, correndo, quase atropelando umas às outras, com o (escrevi “nefasto”, mas apaguei) simples objetivo de alcançar o próximo trem, e partir com ele para terras não tão distantes assim.
Não quero, não vou correr. Poupem-me.
Um ser de mais idade passa por trás de mim, e atropela a mochila que trago às costas...e lá vai ele.
Agora estou em frente à porta do trem, o barulho começando a soar, o apito indicando a partida próxima.
O próximo trem está me chamando, deve ser por isso que apita. Está me dando a chance de embarcar, e seguir rumo à próxima estação...seja lá o que existir do outro lado do túnel.
Ou eu que estou me dando essa oportunidade.
Seja lá como for, embarquei no próximo trem.
Ou seria “mais um”?
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