Ah, Gigante, eu estava com saudades. Olhar, assim, você, de cima, mesmo que vazio, me trás várias lembranças. Várias não...muitas. Inúmeras.
Lembro que, quando cheguei aqui hoje, nem tinha me dado conta disso. Mas algo começou a mexer comigo quando vi um rapaz limpando o busto do Mario Filho, na entrada do hall dos elevadores do estádio. Com habilidade, ele esfregava uma flanela no busto, ia e vinha, lustrava bastante, e cada vez o rosto do famoso jornalista que dá nome ao Maracanã parecia mais brilhante. Em um olhar amplo, é uma síntese do que vem ocorrendo do lado de dentro.
À medida que se sobe nas arquibancadas, é possível ter ideia do tamanho da obra. Lá embaixo, as cadeiras comuns onde me sentei na primeira vez que vim aqui, naquele longínquo 1992, não existem mais. Aos poucos, o espaço ocupado por elas vai sendo destruído por escavadeiras, que trabalham sem parar.
A parte das arquibancadas segue quase intacta, não fosse pela retirada das cadeiras que formavam esse setor do estádio. Não sei qual é a magia que possui o Gigante, mas, simplesmente de ficar aqui, em pé, com o estádio vazio e em obras, olhando para o campo, quase posso ouvir o barulho da torcida. Quase posso ver as faixas, as bandeiras, os jogadores se movimentando, trocando passes, se aquecendo...
Quase posso ver a bola, rainha do espetáculo, sendo chutada com brilho, com categoria, e balançando as redes, no momento mais mágico do futebol. Um simples momento, mas, que de tão espetacular, é capaz de fazer vinte, trinta, quarenta, cinquenta mil pessoas pularem alto e ao mesmo tempo, gritarem, festejarem, sentirem a felicidade pulsar nas veias, beijar o escudo da camisa, abraçar os amigos, os inimigos e os desconhecidos.
Ao olhar o Gigante assim, quase posso ver Júnior Baiano, Marcos Assunção, Romário, Petkovic, Edmundo, Felipe, e tantos outros que marcaram minha vida, todos balançando as redes (não tive a honra de ver Zico jogando ao vivo). Caminho mais, ando mais, e vou me lembrando de outros jogos, outros momentos, do meu pai, dos amigos, e dá uma saudade...
Ao mesmo tempo, dá uma vontade de sair gritando gol, de comemorar, de festejar muito, essa coisa louca que só o Maracanã tem.
Sei que só poderei voltar para ver um jogo de futebol aqui no fim de 2012, ou quem sabe, só em 2013. Mas tenho certeza que, pelo Maracanã, valerá a pena esperar cada segundo.
E, ao deixar o estádio, me viro para o campo e digo, com saudade e esperança no peito: "Até logo, Gigante!"
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