Esse é um daqueles dias...estranhos.
Daqueles em que pode fazer o maior sol, dar a maior praia, o céu brilhar em azul, e ao lado de tudo, isso, você estar de folga...mas, mesmo assim, nada fará diferença.
Dia em que alguém conta uma piada que todo mundo ri, mas você não acha a menor graça. E, do nada, você ri de alguma coisa absurda que não tem a menor graça.
É um daqueles dias em que alguém faz uma crítica boba, e você jura que foi a pior coisa que um ser humano poderia ter dito a outro. E fica com o comentário bobo martelando na cabeça...
Dia em que se leva a sério demais o que não tem valor, e pouco o que realmente vale alguma coisa. Dia onde você sai de casa de camisa de meia manga debaixo de um vento frio e chuva fina. Ou sai de bermuda e chinelo diante de uma chuva de granizo...
É um momento em que o tempo não passa, por mais que se faça, e tudo parece conspirar contra. Mas, de repente, quando o tempo precisa passar devagar, ele começa a correr, correr...e quando se vê, já vai longe (e tarde).
Dia em que se tenta escrever um texto, mas se tem a sensação de que ele está mais vazio do que cheio...
Wednesday, April 28, 2010
Thursday, April 15, 2010
Mais uma madrugada
O vento frio da madrugada soprou mais forte. Apertei o passo.
Caminhando rápido, procurava sair da zona de penumbra e chegar a uma área mais iluminada. O silêncio e a escuridão, sempre tão reconfortantes, me incomodavam.
Passava da meia-noite quando cheguei à esquina. Um pouco de luz, enfim. Virando à direita, retomei a caminhada.
Pela rua, nada. Às vezes um carro. Silêncio e tranquilidade absolutos. Um cenário de paz? Nem tanto. Por dentro, algo me consumia, me martelava. Uma sensação estranha, uma mistura de alívio e cobrança.
Sem querer pensar em mais nada, liguei o MP3. Coldplay.
How long before you decide,
Before I know what it feels like,
Where to, where do I go,
If you never try, then you'll never know.
E seguia caminhando, escutando a música. Olhando para o alto, respirei fundo, e como que acompanhando a letra, vi os planetas que se movem na velocidade da luz. Bem diferente de mim. Tentei apertar o passado, ou o passo, quem sabe, e não consegui. Algo me impedia. Como se eu simplesmente não quisesse voltar, não quisesse chegar.
Deixava algo para trás, embora não soubesse exatamente o que. Ou sabia, mas não fazia nenhuma diferença. De novo. Outra vez. Eu não havia conseguido.
Tudo conspirava a favor, ajudava. Inclusive o tempo, que em alguns momentos parecia parar. Oportunidades não faltavam. Chances havia aos montes. E enquanto cruzava com um casal, que brincava com uma criança na calçada, seguia caminhando. Logo, uma grande avenida para atravessar. Mesmo a essa hora, aqui o movimento é intenso.
Tantos momentos bons e...nada. Nada. Nem sequer...
Nada.
O que me restava? Uma paz falsa, artificial. Uma falsa tranquilidade. E a sensação de fracasso, de fraqueza, de que não, mais uma vez eu não fora capaz.
Enfim, virando à direita, a escola. Ah, a escola. Bom? Não a essa hora. Não há mais mate. Nem aula. Nem professores. Só amanhã de manhã. A terrível sensação de que as coisas são sempre melhor do jeito que são. Como eu destesto essa sensação. Parece um alento a tudo aquilo que não deu certo. Ei, será que alguém pode abrir a escola? Mais fácil ficar por aqui do que ir e voltar...
Palácio da Justiça, a praça. Tudo deserto a essa hora. Uma ou outra pessoa. E só eu. E Coldplay.
All that noise, and all that sound,
All those places I got found.
And birds go flying at the speed of sound,
to show you how it all began.
Birds came flying from the underground,
if you could see it then you'd understand.
O relógio, o relógio que tantas vezes me mostrou que eu estava na hora. Agora não faz diferença, não tenho hora. Posso andar tranquilo pela rua deserta. Ah, como às vezes tenho vontade de voltar...e ir lá e dizer tudo...
Não, deixa pra lá. Agora é tarde demais. Tarde demais, mesmo, já são quase meia-noite e meia, como eu andei. Como eu andei. A avenida a essa hora é deserta, só eu, Coldplay e o vento frio da madrugada.
Andar sozinho por aqui já é rotina, deve ser a terceira ou quarta noite seguida fazendo isso. Seria ótimo...se não fosse...se eu tivesse...
Me socorre, sono, me ajuda, sem você não vou conseguir...
Caminhando rápido, procurava sair da zona de penumbra e chegar a uma área mais iluminada. O silêncio e a escuridão, sempre tão reconfortantes, me incomodavam.
Passava da meia-noite quando cheguei à esquina. Um pouco de luz, enfim. Virando à direita, retomei a caminhada.
Pela rua, nada. Às vezes um carro. Silêncio e tranquilidade absolutos. Um cenário de paz? Nem tanto. Por dentro, algo me consumia, me martelava. Uma sensação estranha, uma mistura de alívio e cobrança.
Sem querer pensar em mais nada, liguei o MP3. Coldplay.
How long before you decide,
Before I know what it feels like,
Where to, where do I go,
If you never try, then you'll never know.
E seguia caminhando, escutando a música. Olhando para o alto, respirei fundo, e como que acompanhando a letra, vi os planetas que se movem na velocidade da luz. Bem diferente de mim. Tentei apertar o passado, ou o passo, quem sabe, e não consegui. Algo me impedia. Como se eu simplesmente não quisesse voltar, não quisesse chegar.
Deixava algo para trás, embora não soubesse exatamente o que. Ou sabia, mas não fazia nenhuma diferença. De novo. Outra vez. Eu não havia conseguido.
Tudo conspirava a favor, ajudava. Inclusive o tempo, que em alguns momentos parecia parar. Oportunidades não faltavam. Chances havia aos montes. E enquanto cruzava com um casal, que brincava com uma criança na calçada, seguia caminhando. Logo, uma grande avenida para atravessar. Mesmo a essa hora, aqui o movimento é intenso.
Tantos momentos bons e...nada. Nada. Nem sequer...
Nada.
O que me restava? Uma paz falsa, artificial. Uma falsa tranquilidade. E a sensação de fracasso, de fraqueza, de que não, mais uma vez eu não fora capaz.
Enfim, virando à direita, a escola. Ah, a escola. Bom? Não a essa hora. Não há mais mate. Nem aula. Nem professores. Só amanhã de manhã. A terrível sensação de que as coisas são sempre melhor do jeito que são. Como eu destesto essa sensação. Parece um alento a tudo aquilo que não deu certo. Ei, será que alguém pode abrir a escola? Mais fácil ficar por aqui do que ir e voltar...
Palácio da Justiça, a praça. Tudo deserto a essa hora. Uma ou outra pessoa. E só eu. E Coldplay.
All that noise, and all that sound,
All those places I got found.
And birds go flying at the speed of sound,
to show you how it all began.
Birds came flying from the underground,
if you could see it then you'd understand.
O relógio, o relógio que tantas vezes me mostrou que eu estava na hora. Agora não faz diferença, não tenho hora. Posso andar tranquilo pela rua deserta. Ah, como às vezes tenho vontade de voltar...e ir lá e dizer tudo...
Não, deixa pra lá. Agora é tarde demais. Tarde demais, mesmo, já são quase meia-noite e meia, como eu andei. Como eu andei. A avenida a essa hora é deserta, só eu, Coldplay e o vento frio da madrugada.
Andar sozinho por aqui já é rotina, deve ser a terceira ou quarta noite seguida fazendo isso. Seria ótimo...se não fosse...se eu tivesse...
Me socorre, sono, me ajuda, sem você não vou conseguir...
Friday, April 09, 2010
Ni Fu, Ni Fa
Tenho escutado bastante o grupo de rock espanhol Ska-P, que como o nome já diz, é uma banda basicamente de Ska Punk, com algumas vertentes mais "rock clássico tradicional não-gritado". Criticado por se dizer anarquista e anti-capitalista e ao mesmo tempo ter contrato com uma afiliada da Sony/BMG, o grupo canta letras duras, criticas, que possuem uma ideia de "destruir a sociedade atual" e fazer uma espécie de "revolução".
Independente da polêmica, são boas letras, algumas, para fazer pensar. Essa aí embaixo chama Ni Fu Ni Fa (algo como "não fede nem cheira"), e contém algumas ideias interessantes para se pensar em um ano de campanha eleitoral. A tradução/adaptação foi feita por...mim.
Toca o sinal, está tudo preparado, os trabalhos vão começar
Já se pode respirar a campanha eleitoral
Mais cartazes, televisão e rádio contaminam a cidade
Com sua simpatia querem nos enrolar
Mais debates chatos sem credibilidade
Por trás dessa cara angelical se esconde algo mais
Depois de votar, tudo terminado, você não interessa mais
Seus olhos não brilham mais - até a próxima, cara!
Ni Fu Ni Fa
A democracia vira uma bobagem
Você só pode escolher sem opções
Se não está com os grandes, eles vão te esmagar
Toma voto inútil
A cada quatro anos te dão a oportunidade
De votar em branco ou negro, não se pode escolher mais
Submisso como um peru de Natal esperando o dia seguinte, estou
Aguardando o milagre
Nenhum de vocês pode me representar
Me dêem democracia em que eu possa participar
Nos enganam com uma bobagem, essa quimera da liberdade
É tudo besteira!
A roleta gira e gira...
Ni Fu Ni Fa
A democracia vira uma bobagem
Você só pode escolher sem opções
Se não está com os grandes, eles vão te esmagar
Para mim o voto útil, ni fu ni fa...
Ni fu ni fa...
Preparados para jogar
A roleta vai começar
Venham, joguem e percam, já não vão mais!
Independente da polêmica, são boas letras, algumas, para fazer pensar. Essa aí embaixo chama Ni Fu Ni Fa (algo como "não fede nem cheira"), e contém algumas ideias interessantes para se pensar em um ano de campanha eleitoral. A tradução/adaptação foi feita por...mim.
Toca o sinal, está tudo preparado, os trabalhos vão começar
Já se pode respirar a campanha eleitoral
Mais cartazes, televisão e rádio contaminam a cidade
Com sua simpatia querem nos enrolar
Mais debates chatos sem credibilidade
Por trás dessa cara angelical se esconde algo mais
Depois de votar, tudo terminado, você não interessa mais
Seus olhos não brilham mais - até a próxima, cara!
Ni Fu Ni Fa
A democracia vira uma bobagem
Você só pode escolher sem opções
Se não está com os grandes, eles vão te esmagar
Toma voto inútil
A cada quatro anos te dão a oportunidade
De votar em branco ou negro, não se pode escolher mais
Submisso como um peru de Natal esperando o dia seguinte, estou
Aguardando o milagre
Nenhum de vocês pode me representar
Me dêem democracia em que eu possa participar
Nos enganam com uma bobagem, essa quimera da liberdade
É tudo besteira!
A roleta gira e gira...
Ni Fu Ni Fa
A democracia vira uma bobagem
Você só pode escolher sem opções
Se não está com os grandes, eles vão te esmagar
Para mim o voto útil, ni fu ni fa...
Ni fu ni fa...
Preparados para jogar
A roleta vai começar
Venham, joguem e percam, já não vão mais!
Tuesday, April 06, 2010
Imagens de Córdoba
A Canãda em pleno crepúsculo. O sol por trás dos prédios na Avenida Velez Sarsfield às 8h30 da manhã. O vai-e-vem de gente na Praça San Martin. O movimento louco nas ruas só de pedestres. As meninas indo e vindo no Paseo Buen Pastor até quatro da manhã. O sorvete do Grido. As empanadas e os lomitos (sanduíche de filé, em português). A Igreja dos Capuchinhos. A beleza e a simpatia das cidades do interior. Os belos locais por onde a aventura é mais que um convite, é obrigação. As viagens em que se sai às oito da manhã e sabe-se lá que horas volta. O sanduíche do Subway. O “kiosco” onde se compra de tudo e que está por toda parte. A Velez Sarsfield de madrugada. As primeiras luzes da cidade ao anoitecer...
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