Ando por aí querendo te encontrar / Em cada esquina paro em cada olhar / Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar...
Palavras ao Vento - Marisa Monte
Não sei onde está. Então, um reflexo. Desço as escadas correndo, saindo de casa. De repente pareceu que o enxerguei no prédio ao lado. Estava lá...
Não, não estava, foi só impressão. Foi só um reflexo mesmo. Chateado, decido não voltar para casa. Vou andar um pouco mais por aí, quem sabe não o encontro.
Como diz a letra daquela música, paro em cada esquina, em cada olhar. Mas só vejo impressões, reflexos, idéias. Ele não estava ali, em nenhum lugar. Nos olhos de ninguém - nem daquela menina bonita, nem daquele senhor, nem nos daquela velhinha, nem nos daquele cara engravatado, nem daquela mulher que está indo trabalhar. Não, definitivamente, não achei.
Continuo a busca, andando por aí, ermo, sem rumo nem tempo. Por quanto terei procurado? Não sei, não importa mais. Agora a busca me absorve, me intima, me envolve, me faz correr atrás apenas disso.
As ruas do Leblon parecem pequenas demais. Ipanema é longe demais, talvez ele não esteja por lá. Irei para lá depois. Agora vou procurar aqui...aqui é o lugar dele, nesse bairro, foi aqui que ele cresceu, foi aqui que viveu, se construiu. Tem de estar por aqui, em algum lugar.
Me pergunto como será ele. Sério? Engraçado? Cômico? Bobo? Inteligente? Sereno? Chato? Teimoso? Perfeccionista? Insistente? Esquisito? As dúvidas agora me consomem, e tornam a busca mais frenética, mais intensa, mais difícil, e ao mesmo tempo, mais envolvente.
Da praia ao Clube do Flamengo, da subida da Niemeyer ao Jardim de Alah, da Padaria 686 ao Mc Donald´s da Praça Cazuza, do shopping à Praça Antero de Quental...não há um canto que fique sem vasculhar, não há nada que não seja procurado, nenhum local escapa à vigia atenta e séria, ao olhar de desejo, de busca, de procura, de encontro.
E no fim, volto para casa entre o ar triste e o ar desolado, cabeça baixa, mãos nos bolsos da calça jeans. Às vezes acho que busco a procura, e não a solução. Mas, que importa...no fim, continuo procurando.
Onde estou eu? E afinal, quem sou eu?
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