Tuesday, June 27, 2006

Eu odeio o Galvão Bueno!

Não aguento mais o Galvão Bueno. Na boa. E o pior é que, como o cara é um dos diretores do esporte na Rede Globo, duvido que deixe as transmissões da Copa. Como nem todos possuem canal a cabo, proponho um protesto: coloque a televisão no mudo e ligue o rádio, em algum canal que transmita o jogo. Coloque bem alto, para que o seu vizinho escute e faça o mesmo. Quem sabe um parente do Galvão não ouve e fala para ele, quem sabe o Galvão não se manca. Se isso não acontecer, ao menos você ouvirá uma narração mais agradável. Porque sério, Galvão não dá mais.
Quem diria. Eu, Rafael Cavalcanti, que no colégio era chamado por alguns de "Galvão" devido à minha mania de narrar jogos de futebol de quinta categoria, reclamo agora do locutor esportivo da Rede Globo. Mas não dá: de fã inverterado (criança de 5 anos tem cada idéia!), virei um dos maiores críticos de Galvão Bueno.
Para começar, o cara é uma mala sem alça quando solta aquelas frases feitas que nada acrescentam. Por exemplo:

"Vamos ouvir o Olodum, o som do Brasil! Vamos ao pelô!"

"Ronaldinho, o maior artilheiro da história das copas!"

"Depois do jogo teremos as notícias do dia no Jornal Hoje. Logo depois A Viagem, e depois o filme 'A volta dos que não foram', na Sessão da Tarde. Em seguida as GRANDES emoções de Malhação, Sinha Moça, RJ-TV, Cobras e Lagartos e logo depois o JORNAL Nacional com William Bonner e Fátima Bernardes..."

"Quem é que sobe, quem é que sobe, quem é que sobe..."

"Tem que colocar o coração na ponta da chuteira...HAAAAAAAAAAAAAAAJA coração, amigo! PREPARE o seu coração!"

"E a seleção do Uzbequistão começa a gostar do jogo..."

"O Brasil ficou 325 dias, quatro horas, doze minutos, meio segundo e um quarto de milésimo sem tomar gol!!!"

Para piorar, o Galvão desautoriza os companheiros Falcão, Casagrande e Arnaldo Cezar Coelho o tempo inteiro, rasga elogios a jogadores que fazem lambança no minuto seguinte, critica lances e jogadas sem saber do que está falando, puxa descaradamente o saco do Ronaldo ("Fenômeno") e torce sempre a favor do Brasil. Não que os outros locutores não façam isso, mas o Galvão torce descaradamente. Irrita, cara, dá raiva. Para piorar, só fala gritando. Não faz diferença ele narrar o jogo com comentaristas ou não, porque quando narra, só quem comenta é ele.

Galvão não dá. Simplesmente não consigo mais.

Monday, June 19, 2006

Fossa Musical

OBS (Observem Bem Senhores) 1: Não necessariamente ouço todas as músicas aí, elas apenas...bem...tentem descobrir o que fazem aí.
OBS (Observem Bem Senhores) 2: O texto embaixo desse também é novo. Leiam também. E ah, a partir de agora, "Diário de um quase-jornalista" será uma seção fixa do blog.


Mais uma dose, é claro que eu tô a fim. A noite nunca tem fim, e o acaso vai me proteger enquanto eu andar. I say don´t you know, I say don´t you know. But I know, I know who I want to take it home. Enquanto isso, vou viver e não ter a vergonha de ser feliz, vou cantar a beleza de ser um eterno aprendiz, como um mutante, seguindo o meu caminho. Prefiro ser essa metamorfose ambulante, não sou brasileiro, não sou estrangeiro, não sou fariseu, minha tribo sou eu. Mas não tem revolta não, com aquele secret smile that you use only for me. Deixo tudo assim, não me importo em ver a idade em mim, mas quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos. Afinal, caminhando e cantando e seguindo a canção: xô urucubaca, ziquisira xô, Deus é brasileiro e eu também sou. E tente outra vez, não diga que a canção está perdida, eu canto mesmo e tô vivendo, tem gente que não canta e tá tão só, me sinto só, me sinto seu. Garçom, aqui nesta mesa de bar, você já cansou de escutar, mas ouça a canção que eu fiz para você, eu te quero tanto bem. E nem vem de garfo que hoje é dia de sopa, esquenta o ferro que vou vender a minha van, a minha van filosofia. Desembainho a minha espada cintilante, mandacaru voa lá na seca, e até mesmo a asa-branca bateu asas do sertão, e fuscão preto, você é feito de aço....mas vou de táxi, você sabe, vou tomar todas, vou me embriagar. Opa. Comandante, capitão, tio, brother, camarada, chefia, amigão, desce mais uma rodada. E desce mais...

Diário de um quase-jornalista: A Maldição do Gravador Prateado

Em minha mente - terrível quando se trata de formular teorias que não terão muita utilidade no dia seguinte - penso agora sobre o nobre ofício de jornalista, sobre as armadilhas e "coisas da profissão". Assim como há muitas que me agradam, há outras que...não gosto. Uma delas é arrumar personagens aleatoriamente. Trata-se daquele trabalho de ir para a rua sem nada, sem um nome, um contato, e saltar em cima de quem passa, se apresentando e fazendo uma pergunta sobre um assunto qualquer, geralmente em locais de grande movimento.
Talvez o fato de ser totalmente imprevisível me cause estranheza. Talvez o fato de nunca saber como o outro vai reagir. Talvez a possibilidade iminente de levar um não, muito mais fácil do que um sim. Será mesmo? Infelizmente, confesso que sinto um prazer enorme quanto "salto" em cima de alguém que depois se revela um ótimo personagem. Penso que é uma arte muito interessante: transformar aquele cidadão comum, para o qual mal olho no dia-a-dia, em um cara cheio de histórias para contar. Será que um fato compensa o outro? E se fosse eu do outro lado, o que diria e como reagiria?
Não sei, ainda sou jovem demais e inexperiente demais. A princípio, diria que compensa, se você tiver força suficiente para "saltar" de maneira "educada" em "cima" de "alguém". Mas hoje quase pularam em cima de mim. Um daqueles sujeitos estranhos, que chega fazendo uma pergunta imbecil e daqui a pouco está pedindo dinheiro. No meio da "catação" de personagens. Inesperado. Me senti um pouco do outro lado, confesso. Seu olhar não me enganou: tive certeza de que ele não queria um trocado, ou uma informação, mas o gravador prateado que eu segurava na mão direita. Tive de sair, parar tudo. Não pude descobrir se a "catação" compensa, e ainda, em sua forma mais difícil: num local aberto, sem identificação, tendo como armas apenas minhas palavras e o gravador prateado. Tampouco poderei voltar ao mesmo lugar para descobrir. Mas tenho que continuar, consegui pouco hoje, fui atrapalhado quando me empolgava. O que não me faz desistir, ou desanimar, afinal, amanhã tem mais. Mas talvez...talvez eu mude de gravador. Pode ser que leve um gravador transparente, ou o guarde no saco plástico antes de cada entrevista. É, fazer o que...ossos deste nem-sempre-tão-nobre ofício.